FAAN

HAVEMOS DE VOLTAR

Às casas, às nossas lavras
às praias, aos nossos campos
havemos de voltar

Às nossas terras
vermelhas do café
brancas do algodão
verdes dos milharais
havemos de voltar

Às nossas minas de diamantes
ouro, cobre, de petróleo
havemos de voltar

Aos nossos rios, nossos lagos
às montanhas, às florestas
havemos de voltar

À frescura da mulemba
às nossas tradições
aos ritmos e às fogueiras
havemos de voltar

À marimba e ao quissangue
ao nosso carnaval
havemos de voltar

À bela pátria angolana
nossa terra, nossa mãe
havemos de voltar

Havemos de voltar
À Angola libertada
Angola independente

Cadeia do Aljube de Lisboa
Outubro de1960

in “Sagrada Esperança”, Agostinho Neto, Obra Poética Completa, página 115

Poesias relacionadas

A VOZ IGUAL

Neste amanhecer vital para os acontecimentos extraordinários por montes e rios, por anharas e preconceitos caminhamos já vitoriosos sobre a condição moribunda Um amanhecer vital

Ver agora »

DESTERRO

Para ti também mamã há uma só palavra nesta nova partida para o desterro – Coragem, voltaremos a encontrar-nos Irene, Elisa, Dady nomes duma ternura

Ver agora »

CAMPOS VERDES

Os campos verdes, longas serras, ternos lagos estendem-se harmoniosos na terra tranquila onde os olhos adormecem temores vagos acesos mornamente sob a dura argila, seca,

Ver agora »

LUTA

Violência vozes de aço ao sol incendeiam a paisagem já quente E os sonhos se desfazem contra uma muralha de baionetas Nova onda se levanta

Ver agora »
Previous Next
Close
Test Caption
Test Description goes like this