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INTERVENÇÃO DA PRESIDENTE DA FUNDAÇÃO DR. ANTÓNIO AGOSTINHO NETO NA OUTORGA DA ORDEM SAGRADA ESPERANÇA NA UNESCO, PARIS, 5 DE MAIO DE 2022

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Suas Excelências

• Dr. Filipe Zau, Ministro da Cultura, Turismo e Ambiente da República de Angola,
• Embaixador Santiago Irazabal Mourão, presidente da 41ª Conferência Geral da UNESCO,
• Embaixadora Tamara Rastovac Siamashvili, presidente do Conselho Executivo da UNESCO,
• Senhora Stefania Giannini, Subdirectora geral para a Educação da UNESCO, em representação da Directora-geral da UNESCO,
• Embaixadora Ana Maria de Oliveira, Delegada Permanente de Angola junto à UNESCO, em representação dos Países de Língua Portuguesa na UNESCO,
• Senhores Representantes da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP),
• Senhoras e Senhores Embaixadores e membros do Corpo Diplomático,
• Senhora Secretária Perpétua da Académie française, Doutora Helène Carrèra d’Encausse,
• Distintos Convidados, caros Amigos.

A Fundação Dr. António Agostinho Neto tem o grato prazer de participar na celebração do centenário de ilustres personalidades organizada em parceria com a UNESCO no Dia da Língua Portuguesa, com o apoio das autoridades da República de Angola, da República da Namíbia e da República de Moçambique, a quem agradecemos a amizade e solidariedade.

A parceria entre a Fundação Agostinho Neto e a UNESCO surgiu no âmbito da criação do Prémio Internacional de Investigação Histórica Agostinho Neto, em 2014, com a participação do Instituto Afro-brasileiro de Ensino Superior e da Faculdade Zumbi dos Palmares, do Brasil, permitindo integrar no corpo de júri dois investigadores, membros do Comité Científico da UNESCO para o IX volume da História geral de Africa.

Temos agora a oportunidade de, no âmbito do Centenário de António Agostinho Neto, celebrar o intelectual, poeta, médico, nacionalista, líder político, diplomata, guerrilheiro e estadista que marcou a história de Angola, da África Austral e do mundo. É a ocasião também, para celebrar e reconhecer o apoio singular de todos quantos o apoiaram ao longo da sua trajectória pessoal e política.

A Fundação Agostinho Neto decidiu homenagear, a título póstumo, um rol de personalidades, outorgando-lhes a sua mais nobre distinção honorífica, a Ordem Sagrada Esperança, conferindo o grau de Comendador ou de Comendadora aos mais proeminentes intelectuais, cientistas, artistas e membros da Académie française que, em 10 e 22 de Novembro de 1955, assinaram duas petições dirigidas ao Presidente da República Portuguesa para a libertação de António Agostinho Neto, durante a sua prisão no Porto, em Portugal.

Evocamos, aqui e agora, cada um desses imortais homens e mulheres: Jean-Paul Sartre, Simone de Beauvoir, Louis Aragon, Vercors, Elsa Triolet, Tristan Tzara, Jean Cocteau, Henri Lefebvre, André Kedros, Anconta Pitoeff, Charles Vildrac, Claude Aveline, Claude Morgan, Claude Roy, Françis Jourdain, Georges Duhamel, Martin Chauffier, René Maublanc, René Jouflet, Stanislas Fumet, Nicolás Guillén, Diego Rivera e David Sisqueros.

Na impossibilidade de reunir os seus descendentes, fazemos a entrega simbólica das medalhas e diplomas dos 20 novos Comendadores da Ordem Sagrada Esperança à ilustre Secretária Perpétua da Académie française, Sra. Doutora Helène Carrèra d’Encausse, que muito nos prestigia com a sua presença.

No dia 4 de Maio, ontem, tivemos o privilégio de agraciar a Ordem Sagrada Esperança, a título póstumo, ao Comendador Nicolás Guillén na Embaixada da República de Cuba e aos Comendadores Diego Rivera e David Sisqueros na sala da Delegação Permanente do México junto à UNESCO. Foram momentos emocionantes e galvanizadores.

Queremos agradecer, muito particularmente, a Suas Excelências o Embaixador Otto Vaillant Frias, Embaixador da República de Cuba em França, a Embaixadora Yahima Esquivel Moynelo, Delegada Permanente de Cuba junto à UNESCO e o Embaixador Juan José Bremer, Delegado Permanente dos Estados Unidos Mexicanos junto à UNESCO, pelo acolhimento e a recepção dos títulos honoríficos que farão chegar aos descendentes dos homenageados.

Serve, também, esta bela ocasião de partilha da língua no seio da Comunidade de Países de Língua Portuguesa, para saudar a todos os presentes e recordar um imaginário comum no qual pontificam a mestria de José Saramago, Nobel da Literatura em 1998, nascido um dia antes de Agostinho Neto, O POETA ÉPICO DE ANGOLA; José Craveirinha, o poeta de Moçambique que “nasceu pela segunda vez quando o fizeram descobrir que era mulato…”, e Lima Barreto, do Brasil, que faleceu no ano em que nasciam os outros três e seria considerado “a voz que nasceu negra” na literatura do Brasil do início do século XX.

Agradeço a vossa atenção.
Maria Eugénia Neto
Presidente da Fundação Dr. António Agostinho Neto
UNESCO, Paris, 5 de Maio de 2022

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